01. [Cespe/UnB] Não apenas etnicamente
mestiços. Somos culturalmente mestiços. Dançando o Aruanã sob a Lua; rezando
numa capela de Nossa Senhora de Chestokova;
curvados sobre a almofada da renda de bilros; trocando objetos e valores
no Moitará; depositando ex-votos aos pés dos nossos santos; sambando na
avenida; contemplando a pedra barroca tocada pela eternidade do Aleijadinho;
dobrando a gaita numa noite de frio, no sul; tocados pela décima corda da viola
sertaneja; possuídos pelo frevo e o maracatu nas ladeiras de Olinda e Recife;
atados à corda do Círio de Nazaré; o coração de tambores percutindo nas ruas do
Pelourinho ou o sapateado do cateretê; girando a cor e a vertigem do Boi de
Parintins e de São Luís; digerindo antropofagicamente o hip-hop no caldo da
embolada ou do jongo. Somos irremediavelmente mestiços. A lógica da
homogeneização nos oprime. Por isso, gingamos o corpo, damos um passe e
seguimos adiante, como num drible de futebol ou numa roda de capoeira, que, sem
deixar de ser luta, tem alma de dança e de alegria.
Sérgio Mamberti.
Seminário nacional de políticas públicas para culturas populares.
Ministério da Cultura, Brasília, 2005, p. 23.
A
partir do texto acima, julgue os itens a seguir, relativos a aspectos das
manifestações populares.
69. A
viola sertaneja é um instrumento usado na versão de Roberto Corrêa para O
Trenzinho do Caipira.
Comentário: A questão 69 é verdadeira, pois Roberto Corrêa tem tradição na viola desde 1985, onde, construiu um arranjo para viola solo baseado na música Trenzinho Caipira do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos.
02. [Cespe/UnB]
O bandolim é um instrumento de origem italiana, mas com raízes históricas em instrumentos árabes. Esse instrumento foi levado aos países por meio das rotas comerciais e da colonização, ganhando adaptações em cada local. O bandolim foi usado por compositores eruditos, como Mozart em sua ópera Don Giovanni, embora seu uso tenha sido mais popular. No Brasil, o bandolim era usado para acompanhar canções no período colonial e, no século XX, foi incorporado ao chorinho.
Considerando os textos acima, julgue os itens a seguir.
86 É possível deduzir pelos recursos visuais usados na figura acima, que, no primeiro quadrinho, o rapaz está tocando o instrumento.
88 Estilos e instrumentos musicais variam de acordo com a época histórica, com a localização geográfica e com o contexto sociocultural. Essa diversidade, reconhecida como fator de riqueza na cultura brasileira, pode, por outro lado, levar à discriminação e ao preconceito, como verificado na música Navegantes das Gerais, de Zé Mulato e Cassiano.
O bandolim é um instrumento de origem italiana, mas com raízes históricas em instrumentos árabes. Esse instrumento foi levado aos países por meio das rotas comerciais e da colonização, ganhando adaptações em cada local. O bandolim foi usado por compositores eruditos, como Mozart em sua ópera Don Giovanni, embora seu uso tenha sido mais popular. No Brasil, o bandolim era usado para acompanhar canções no período colonial e, no século XX, foi incorporado ao chorinho.
Considerando os textos acima, julgue os itens a seguir.
86 É possível deduzir pelos recursos visuais usados na figura acima, que, no primeiro quadrinho, o rapaz está tocando o instrumento.
88 Estilos e instrumentos musicais variam de acordo com a época histórica, com a localização geográfica e com o contexto sociocultural. Essa diversidade, reconhecida como fator de riqueza na cultura brasileira, pode, por outro lado, levar à discriminação e ao preconceito, como verificado na música Navegantes das Gerais, de Zé Mulato e Cassiano.
Comentários:
- A questão 86 é verdadeira pois é possível identificar, no primeiro quadradinho, algumas colcheias que representam o som. Logo, remete que o personagem Hagar está realmente tocando seu Bandolim.
- A item 88 é verdadeiro. Em cada época histórica há mudanças de diversos tipos além dos estilos e instrumentos musicais. Na transição do período Clássico para o Romântico, por exemplo, aparece a dinâmica que se torna uma das principais características naquele contexto sociocultural. Isso promove a riqueza cultural. Já a personagem principal, exposto música Navegantes das Gerais, utiliza dessa diversidade de forma negativa afrontando com discriminação e preconceito os sertanejos "modernos". É uma forma de não aceitação das mudanças no contexto sociocultural, que nitidamente é encontrado nos versos: "Infelizmente o que vejo é um bando de sertanejo com mania de importado, eu falei tá falado".
*Fonte das questões: www.unb.cespe/pas